Em podcast, entenda como as eleições 2020 foram alteradas pela pandemia

O novo coronavírus veio para virar o nosso mundo de cabeça para baixo. Escolas, parques, teatros, empresas e comércios fecharam suas portas. Viagens foram suspensas enquanto fronteiras eram fechadas. A economia em nível global sofreu um duro golpe. Para achatar a curva de contágio da doença, a saída foi recorrer ao distanciamento social. Com o aumento, dia após dia, do número de casos no Brasil, o Congresso Nacional decidiu alterar o calendário das eleições municipais 2020. Segundo a emenda constitucional promulgada no início de julho, o primeiro turno será realizado na data de 15 de novembro enquanto o segundo turno está previsto para 29 de novembro.

Mas essa não foi a única mudança. A pandemia também teve reflexos nas estratégias eleitorais que deverão ser adotadas para a escolha dos novos representantes. Para comentar como esse novo cenário vai influenciar na corrida eleitoral deste ano, o especialista em marketing digital político e sócio-diretor da empresa Aquário Comunicação, Luann Medeiros, gravou um podcast com o site de notícias Farol da Bahia. Confira abaixo os principais pontos da conversa.

Eleições 2020: construção da imagem no ambiente virtual

Segundo o especialista, com o adiamento das eleições para prefeito e vereador, os políticos ganharam um pouco mais de tempo para construir ou fortalecer a sua imagem como pré-candidatos no ambiente virtual. “Isso é importante, principalmente, para aqueles que ainda não possuem algum cargo político”, completa.

Na ocasião, Luann Medeiros também comentou que, devido ao distanciamento social, o marketing digital será fundamental e ainda mais decisivo nas eleições 2020. Após o aparecimento do novo vírus, as campanhas eleitorais devem acontecer sem tanta proximidade, isto é, sem o tão conhecido corpo a corpo entre políticos e população. Dessa maneira, será difícil que algum candidato não direcione, fortemente, suas atenções para as redes sociais, locais em que os eleitores se encontram.

A importância das bandeiras políticas para o marketing

Em relação aos conteúdos que serão desenvolvidos nas eleições municipais, o sócio-diretor da Aquário Comunicação chamou a atenção para as bandeiras políticas, ou seja, as grandes causas defendidas pelos candidatos. Com a pandemia, as áreas de saúde e de gestão pública estão muito fortes. “O político precisa ter um direcionamento, uma linha coerente para o enfrentamento da atual situação”, afirma. É necessário ainda realizar uma pesquisa estratégica na internet para descobrir o que a sociedade em geral espera dos novos gestores.

Como sair na frente dos concorrentes nas próximas eleições municipais

Luann Medeiros deu dicas de como sair na frente dos adversários. De acordo com ele, é essencial contratar uma agência especializada. Ela será a responsável pela criação de todas as estratégias de marketing digital durante a campanha. “O político tem que viver as redes sociais. Reservar um tempo para tirar fotos, gravar vídeos e podcasts, conversar com a equipe e com seus eleitores. Normalmente, isso seria feito no corpo a corpo, no momento em que o candidato estivesse nas ruas. Como isso será um pouco mais complicado nas eleições 2020, a saída é utilizar a internet”, explica.

Para o especialista, nas eleições municipais, é importante ainda construir uma imagem real, verdadeira e também indicar as soluções para os problemas existentes no local. “As pessoas precisam olhar para o político e pensar nele como alguém que irá mudar a cara da cidade”, ressalta Luann Medeiros.

Marketing digital: o que não pode faltar na campanha eleitoral

No podcast, o sócio-diretor da Aquário Comunicação falou sobre as ferramentas necessárias para construir uma candidatura no mundo virtual. Dentre elas, está o Big Data, isto é, os dados digitais gerados pela internet diariamente. É imprescindível contratar um profissional capaz de obter e analisar essa grande quantidade de informações. Por meio desse trabalho, as estratégias da campanha vão sendo desenhadas e readaptadas. Além disso, é necessário otimizar a página do candidato para que ela apareça nas primeiras posições do Google e monitorar, de forma constante, o que está sendo dito sobre o político no ambiente virtual. Dessa maneira, os pontos positivos e negativos serão identificados.

Mobilização digital como uma das estratégias de marketing digital

Durante a conversa, Luann Medeiros também abordou o disparo de mensagens em massa que, mesmo proibido, foi muito utilizado na eleição de 2018. Ao invés disso, ele orientou que seja criada uma mobilização digital, por meio de uma lista de transmissão, com pessoas que queiram participar e apoiam o candidato.

De acordo com o especialista, para que o conteúdo produzido por uma campanha alcance um grande número de eleitores, o ideal é recorrer ao marketing digital. “Esqueça o disparo em massa, que é ilegal, e foque em impulsionamento de postagens e anúncios no Google. Com isso, você vai conseguir alcançar todos da sua cidade e mais de uma vez”, aconselha.

Perigos de realizar uma campanha amadora para as eleições municipais

Por fim, o sócio-diretor ressaltou a importância de contratar uma equipe especializada em marketing digital político, que dará todo o suporte ao longo da campanha eleitoral. Ele citou algumas práticas realizadas por candidatos despreparados e que podem trazer muita dor de cabeça. Por exemplo, pedir votos antes do período liberado para a propaganda e produzir conteúdos que não sejam atraentes para o público-alvo. “A realidade é que uma equipe despreparada pode acabar com a sua campanha”, conclui.

Para conferir o podcast “Estratégias eleitorais em tempos de pandemia” na íntegra, acesse: https://www.faroldabahia.com/noticia/podcast-estrategias-eleitorais-em-tempos-de-pandemia

Crédito da imagem: Agência Brasil