Em decorrência da disseminação do coronavírus, o Congresso Nacional adiou as eleições municipais 2020. Dessa maneira, o primeiro e o segundo turno serão realizados em 15 e 29 de novembro, respectivamente. Essa nova realidade trouxe mudanças significativas para as campanhas eleitorais, que prometem acontecer, predominantemente, no ambiente virtual. Por isso, o sócio-diretor da Aquário Comunicação, Luann Medeiros, foi convidado para participar de uma live com a Rádio Cidade em Dia 89.1 FM, de Criciúma, Santa Catarina. Confira abaixo os principais trechos da conversa sobre marketing digital político com o programa Boa Mistura.
Segundo Luann Medeiros, especialista em marketing digital, durante a pré-campanha, momento em que nos encontramos, o normal seria os candidatos estarem pelas ruas, no corpo a corpo com os eleitores. No entanto, com as regras de distanciamento social adotadas, isso não é mais possível.
Por isso, saber se comunicar pela internet se tornou o grande diferencial dos políticos que pretendem concorrer às eleições 2020. As redes sociais passaram a ser importantes fontes de informações sobre a Covid-19. Dessa maneira, é essencial que os candidatos saibam se apresentar nesses meios e também atualizem a sociedade sobre a situação atual da pandemia. “Em algumas cidades do Brasil, os políticos têm usado as redes para falar de boletins, para fazer lives sobre os novos decretos e tirar dúvidas da população em relação ao que abre ou fecha”, afirma o profissional.
De acordo com o especialista, a construção de uma imagem no ambiente digital não acontece da noite para o dia. Portanto quem ainda não tem uma agência de marketing digital está atrasado na corrida eleitoral. Ele também chamou a atenção para o marketing de performance digital, em que todas as decisões são tomadas com base em dados digitais coletados. Aqui, o grande foco são os resultados. Caso eles não sejam satisfatórios, é possível agir rapidamente para modificar as ações planejadas e, assim, não desperdiçar recursos no que não dará retorno.
Na ocasião, Luann Medeiros ainda falou que o período da pré-campanha é ideal para estipular estratégias voltadas à performance. Logo, nesses meses, deve ser realizado um estudo de público-alvo, de quantas pessoas precisam ser alcançadas, de quantos votos sairão das redes sociais e do valor do investimento para que o objetivo seja alcançado. É fundamental utilizar esse tempo para rastrear eleitores. Dessa forma, quando a campanha eleitoral estiver, de fato, liberada, haverá uma quantidade significativa de seguidores nas redes sociais do candidato. Além disso, ter um bom profissional de performance digital será decisivo para as eleições municipais. “É muito difícil ter profissionais na área de performance que sejam realmente especialistas, que montem toda essa estratégia e que entreguem o resultado esperado. Então, quanto antes você puder fazer isso, é melhor, para não perder o período da pré-campanha”, comenta o sócio-diretor da Aquário Comunicação.
Durante a conversa com a Rádio Cidade em Dia, o especialista abordou a importância de realizar um estudo sobre a cidade objeto da disputa eleitoral, isto é, um cruzamento de dados. É necessário ter em mãos informações como a população do município, a quantidade de eleitores, em quais redes sociais eles se encontram e quais são as bandeiras mais atrativas (saúde, educação etc.).
A internet também possibilita segmentar o público por idade, local, gênero e interesses. Com isso, conseguimos direcionar uma mensagem para os habitantes dos bairros em que as ruas foram asfaltadas, por exemplo. “A ferramenta do Big Data nos dá a oportunidade de sermos cirúrgicos com a análise dos dados digitais e também com a entrega do conteúdo”, diz Luann Medeiros.
Na live, ele ainda ressaltou o papel da otimização para os mecanismos de busca, o conhecido SEO. Com ele, o site do candidato consegue ficar mais bem posicionado nos buscadores. “Mas as pessoas só pesquisam sobre políticos dois dias antes do pleito. Por isso, o ideal é trabalhar dentro do Google com palavras-chave em cima das suas bandeiras”, completa. Durante a próxima eleição, se um cidadão de Curitiba ou Londrina procurar sobre saúde, ele precisa encontrar o site do candidato.
Na ocasião, o especialista abordou o fato de que muitas pessoas não acreditam que estratégias de marketing digital funcionem em campanhas eleitorais para cidades pequenas. Para refutar essa afirmação, ele deu o exemplo da cidade de Siderópolis, em Santa Catarina. De acordo com as plataformas do Google e do Facebook, o local conta com cerca de 14 mil habitantes. Dez mil são eleitores, sendo que seis mil pessoas desse total estão ativas, mensalmente, na rede social do Facebook. Logo, 60% de quem irá às urnas está na internet. Outro dado interessante é que em média dez mil habitantes por mês realizam pesquisas tanto no Google quanto no YouTube.
Segundo o profissional, essas plataformas conseguem saber quais são os temas de interesse dos eleitores e, por consequência, direcionar conteúdos de maneira mais assertiva. “Não dá para usar conteúdos para as pessoas erradas”, comenta Luann Medeiros. Outro ponto é que, ao fazer um anúncio, o político sabe aproximadamente a quantidade de usuários que irá alcançar por dia.
Para o profissional, as pesquisas qualitativas e os dados digitais coletados no meio virtual são igualmente importantes. “Uma não descarta a outra. As duas trabalham em conjunto para que a agência de marketing tenha uma força de dados ainda maior”, conclui.
Ficou interessado no assunto? Acompanhe a live sobre o marketing digital político nas eleições municipais 2020 na íntegra:
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